Resenha: Triste fim de Policarpo Quaresma de Lima Barreto

Sinopse - Triste fim de Policarpo Quaresma - Lima Barreto

Para Major Quaresma, a Pátria é um ideal que está acima de tudo. Visionário por excelência, suas idéias colocam-no em várias situações embaraçosas e levam-no até a ser internado em um manicômio. Tímido, discreto, ingênuo, é também uma palha de pureza a navegar num oceano de podridão. Este é um livro escrito com todos os nervos, mas principalmente com o coração, e que se destina a quantos tenham orgulho de ser brasileiros.

Edição: 1
Editora: Martin Claret
ISBN: 8572323546
Ano: 2001
Páginas: 222

Hoje falarei um pouco sobre um dos maiores clássicos da literatura Brasileira: O triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreta publicado em 1911. Primeiramente darei alguns do detalhes sobre o livro como por exemplo: o livro é dividido em três partes (falaremos um pouco de cada uma delas), a linguagem confesso que é um pouco rebuscada o que pouco me agrada o que recomendo em alguns casos procurar um dicionário! e é escrito em 3ª pessoa.

Na primeira parte do livro temos um quadro da figura de Policarpo que era um homem pequeno e magro que vestia fraques e cartola, e a mais puríssima moda brasileira. Personagem como Ismênia a filha mais velha do general Albernaz aparecem muito durante o livro, e já na primeira parte se vê o tão esperado noivado  da filha do coronel com Cavalcanti um estudante de Odontologia em que parece que nunca irá formar-se. Policarpo é comparado ao sonhador Dom Quixote que era obcecado por livros de cavalaria, enquanto Quaresma um homem pra lá de seus 40 anos era movido por um amor exacerbado pela pátria, totalmente nacionalista e defensor da justiça passou praticamente sua vida numa biblioteca que é objeto de muita atenção da vizinhança, onde há várias prateleiras preenchidas de livros sobre o Brasil, a natureza brasileira, a terra a música etc. Quaresma não era casado e vivia com um criado e a irmão solteirona Adelaide. Chega um ponto em que Quaresma começa a tomar aulas de violão com um dos principais personagens: Ricardo coração dos outros, com o intuito de aprender mais sobre a música brasileira. Quaresma chama a atenção em determinado momento em que envia um relatório pedindo que o idioma brasileiro fosse transferido para  o Tupi-Guarani, por direito, pelo fato de ser uma língua puramente nacionalista e brasileira. Tal plano em que vinha pensando e repensando acaba sendo motivo de escárnio e xacota, onde chega a ter chamado atenção do caso em jornais e nos boatos corriqueiros da cidade. Pobre Quaresma! por tal nacionalismo e sonho acaba indo para um hospício onde fica internado durante 6 meses. Um dos amigos que sempre incentivaram Policarpo e que o visitara no período de sua internação são Ricardo, e sua afilhada Olga esta por quem Quaresma tem grade afeição, e se noiva com o Doutor Armando Borges.

Na segunda parte da história o pano de fundo se passa no sítio Sossego no município de curuzu, local em que Quaresma passa a morar após sair do hospício, e local este comprado por recomendação da afilhada Olga, Quaresma logo se anima pela ideia, pelo fato de querer provar a produtividade das terras brasileiras. No sítio Quaresma passa a observar a natureza e acaba criando um museu e uma biblioteca agrícola, e inventa de comprar vários objetos que ficam totalmente sem uso como: termômetro, barômetro, pluviômetro, Higrômetro e um anemômetro. Quaresma passa seu tempo tentando manusear a enxada, esta com quem não deu muito certo. Quaresma se entristece ao se deparar certo dia numa luta contra pragas na sua plantação, onde tinha gasto tampo tempo! e se revolta com com os preços injustos, a miséria, a improdutividade das terras, as confusões políticas do interior... Enquanto isso explodiu no Rio a revolta da Armada sob o governo do marechal Floriano, com grande expectativa de ver talvez um novo Henrique IV (França), assessorado por um novo Sully, e como um bom patriota Quaresma oferece seu apoio e serviços a Floriano e telegrafa: "Mal, Floriano, Rio.Peço energia. Sigo já - Quaresma".

Na terceira parte se descreve praticamente os acontecimentos passados no Rio de Janeiro durante a revolta onde Policarpo ficava no seu batalhão patriótico. Decorrendo o tempo certo dia  Quaresma assisti ao sorteio de prisioneiros que seriam assassinados no "Boqueirão", com tal cena escreve ao marechal relatando o que viu e como consequência acaba sendo preso na Ilha das Cobras, neste momento o título do livro faz sentido, realmente o fim de Policarpo acaba sendo algo trágico, alguém que tanto amou sua pátria! e agora era essa era a sua recompensa, nisto o personagem faz uma reflexão do tanto que havia feito pela sua pátria e ela nada por ele.

"A pátria que quisera ter era um mito; era um fantasma criado por ele no silêncio do seu gabinete. Nem a física, nem a moral, nem a intelectual, nem a política que julgava 
existir, havia" Página 11.

Avaliação:  3/5
Boa leitura!





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