4 estrelas
O livro conta a história do jovem estudante de direito, Rodion Raskólnikov, que vive em São Petersburgo, na Rússia. Sua mãe e sua irmã vivem longe, no campo, e ele, num quarto alugado e apertado. Para sobreviver, ele penhora objetos com uma velha viúva usurária, já que não vê a mãe há três anos e ela não dá noticías nem envia dinheiro. Há alguns meses le abandonou a faculdade e vive recluso e reservado, divagando sobre teorias que ele mesmo cria e a ação de algo que ele simplesmente denomina como aquilo. Impelido pela teoria, ele mata duas pessoas, as rouba, mas nem chega a tocar no dinheiro, o esconde.
O enredo vai contar como Raskólnikov chega até o abismo do crime e , principalmente, o que ocorre depois, como ele carrega tal fardo na consciência. Como isso o afeta e as pessoas que o rodeiam.
Rodion alega que Cesár e Napoleão cometeram crimes que mataram milhões e foram absolvidos pela história, aclamados como heróis. Ele chega a publicar um artigo expondo a teoria dos " ordinários e extraordinários", os primeiros são aqueles destinados a obedecer a lei cegamente, e os segundos, tem o direito de modificar a lei, de remover os obstaculos que impedem a realização de seus desejos.
Fugindo da sua própia loucura, Raskólnikov guia o leitor pelos cantos mais obscuros da Rússia, as diferentes tiranias e desigualdades que assolam as pessoas.
O livro é narrado em terceira pessoa, e pode parecer monótono e cansativo em diversas partes, mas o desfecho emocionante compensa todos os suspiros de cansaço e impaciencia. Aprendi que ninguém é tão pecador que não possa ter virtudes, e que nem o mais virtuoso dos homens é livre de pecado. No fim, o amor é a melhor arma para a redenção.
Gostei da personagem de Sônia, uma garota jovem que acaba se prostituindo pra ajudar a família e não permitir que os irmãos mais jovens passem fome. O livro nos faz olhar os crimes com um olhar diferente, mais crítico e a perguntar o que leva cada pessoa a cometer algo tão atroz. Que o maior castigo para um criminoso é carregar sua culpa.
Existem notas do tradutor e da editora nos rodapés das páginas, e acabamos descobrindo que algumas passagens são impressões retiradas da vida do próprio autor.


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